PALAVRA DE QUEM SABE - Entrevista do mês: Tânia Lima

Bom dia, Valença!!
Este é o nosso primeiro PALAVRA DE QUEM SABE!! E para começar, entrevistei Tânia Lima, Coordenadora Administrativa da Universidade Estácio de Sá – Campus Madureira. Graduada em  Administração de Empresas e Ciências Sociais e Especialista em Docência Superior, ela falou sobre a situação do Ensino Superior no Brasil.


-Tânia, como Diretora de um Campus, como você vê o número cada vez maior de Universidades abertas pelo país?
Em relação a quantidade cada vez maior de universidades abertas pelo país , vejo como oportunidades para que as pessoas tenham inclusive a chance de estudar cada vez mais próximo de seu trabalho, sua casa ; sem falar na concorrência que deve estimular melhores preços e mais investimento em qualidade.


- Muitas Faculdades e Universidades têm diversificado seus quadros de Professores para garantir credenciamento no MEC. O que essas medidas trazem de benefício para alunos e sociedade em geral? 
Um professor qualificado pressupõe um corpo docente mais preparado. O MEC entende que a Universidade deve ter professores especialistas mas também Mestres e Doutores; quanto maior o grau de formação dos professores, mais qualificada tende a ser a formação que a Universidade oferece. No fim lucra a sociedade que recebe profissionais mais preparados.


- Mas esses alunos que prestam vestibular hoje, eles estão preparados para cursar uma escola superior de maior qualidade?
Infelizmente muitos chegam à universidade achando que nela também terão a oportunidade de recuperar o que ficou para trás no ensino médio, como por exemplo: a regra de três;o poder de síntese e a própria capacidade de desenvolver um simples texto. Porém não podemos esquecer que a Universidade "vende sonhos"; então acredito que dentro de sala de aula o aluno deva ser estimulado a resolver suas dificuldades e não a utilizar-se delas para esquecer o sonho de concluir o seu curso superior.


- E o sistema de cotas pode influenciar na qualidade desses alunos que chegam à Universidade? Para pior ou para melhor?
Não acredito em cotas; elas servem apenas para mascarar um problema que deve ser resolvido pelo governo, a partir da alfabetização do aluno. Não adianta fingir que o problema não existe criando paliativos.

- Agora, Tânia, a pergunta que não quer calar: diante das fortunas instantâneas que vemos surgir todos os dias, ainda vale a pena estudar? Ou a escola perdeu espaço para o “vale tudo para ganhar dinheiro”?
Tudo depende do que queremos; O conhecimento nos abre oportunidades; nos permite sermos capazes de avaliar o mundo e criarmos nossas próprias regras com base em avaliações próprias. Ter dinheiro é bom, mas SER ( alguém ) é melhor.